Nossas dores

Se a dor

Que dói em mim

Nunca doer em você

Você não vai perceber

Os ais que vou dizer

Meus calos não fazem sentido

Nem meu grito

Como um grunhido

Que dou tão desprovido

Do chão

No pavilhão

Do teu ouvido

Quem aqui que quer

Sentir a dor do parto de uma mulher

Se já se mija e se espanta de dor

Só de pensar neste ato de amor

Quem aqui que quer

Sentir um pouco o meu pavor

Diante da dor do tédio

Sem cura e sem remédio

E sem remédio

Se a dor que dói em mim

Não doesse em você

Seria então o fim

De todo o amanhecer

De nosso amanhecer

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 27/12/2016
Reeditado em 28/12/2016
Código do texto: T5865071
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