NATAL
Sei que é Natal,
Mas estou escabreado,
Não porque seja Natal.
A minha vergonha
É justamente em sendo Natal,
Eu me vi mais uma vez pedindo.
Pedindo paz, pedindo saúde,
Pedindo até prosperidade!
Pedi a quem?
Logo a alguém que se dou
Tão completamente,
Que aceitou até a morte!
Estou triste porque ainda
Não aprendi de verdade
Que devo é me doar.
Não aprendi a lição,
Por isto estou triste,
Isolado no meu egoísmo,
Preso na minha solidão.
Se algum dia eu entender,
Serei só doação.
Quando eu entender de fato
Não mais pedirei,
Só estenderei minha mão
Para oferecer a todos
A minha existência,
A minha verdadeira razão.