Flagrante de véspera
Havia um Noel desempregado
sentado, na calçada da esquina,
sob uma torpe veste natalina,
com um saco vazio no costado.
Tal imagem doeu-me na retina,
apesar do colírio e do Ray-Ban!
Eu pensei:— que será do amanhã,
quando o chope fluir na serpentina...
Abaixei, palmo a palmo, a cortina,
com fosse um teatro de brinquedo,
e guardei na caixinha este segredo,
e apaguei a imagem da retina.
Amanhã é Natal, acordo cedo,
descortino a janela, apressado...
e não vejo o Noel desempregado,
só um laço amarrado ao meu dedo,
pra lembra que a caixinha tem segredo,
que eu jamais deveria ter guardado.
Havia um Noel desempregado
sentado, na calçada da esquina,
sob uma torpe veste natalina,
com um saco vazio no costado.
Tal imagem doeu-me na retina,
apesar do colírio e do Ray-Ban!
Eu pensei:— que será do amanhã,
quando o chope fluir na serpentina...
Abaixei, palmo a palmo, a cortina,
com fosse um teatro de brinquedo,
e guardei na caixinha este segredo,
e apaguei a imagem da retina.
Amanhã é Natal, acordo cedo,
descortino a janela, apressado...
e não vejo o Noel desempregado,
só um laço amarrado ao meu dedo,
pra lembra que a caixinha tem segredo,
que eu jamais deveria ter guardado.