PRETÉRITO
Chorei
Em ensolarados dias,
Renascendo um pouco
Sob o manto de cândidas noites.
Feri mais do que gostaria,
Recebendo menos do que
Deveria
Pelo perdão concedido a outrem
Corri ,
Almejando ilusórios horizontes,
Descobrindo pó ,
Muitas vezes, só.
Senti pouco
Do que a mim fora ofertado,
Recusando tudo
Que não satisfaria, depois.
Vivi mais que muitos,
Menos do que precisaria
Para corrigir falhas
E ver passar cada dia.
Errei – como errei!
Aprendendo que acertos
Nem sempre consertam,
Mas sempre libertam.
Parti com esperança,
Voltei com a destemperança
Dos que anseiam Tudo,
Deparando-se com Nada.
Cheguei até aqui,
D’onde não sairei
Enquanto puder clamar à saudade
Dos vales e desertos que atravessei.