PRETÉRITO

Chorei

Em ensolarados dias,

Renascendo um pouco

Sob o manto de cândidas noites.

Feri mais do que gostaria,

Recebendo menos do que

Deveria

Pelo perdão concedido a outrem

Corri ,

Almejando ilusórios horizontes,

Descobrindo pó ,

Muitas vezes, só.

Senti pouco

Do que a mim fora ofertado,

Recusando tudo

Que não satisfaria, depois.

Vivi mais que muitos,

Menos do que precisaria

Para corrigir falhas

E ver passar cada dia.

Errei – como errei!

Aprendendo que acertos

Nem sempre consertam,

Mas sempre libertam.

Parti com esperança,

Voltei com a destemperança

Dos que anseiam Tudo,

Deparando-se com Nada.

Cheguei até aqui,

D’onde não sairei

Enquanto puder clamar à saudade

Dos vales e desertos que atravessei.

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 23/12/2016
Reeditado em 31/12/2017
Código do texto: T5861431
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