NATANAEL

Entre dores, gemidos, numa maternidade,

De pobre mãe, apenas quatorze anos de idade,

Nasce ser prematuro, num fremente escarcéu

Chora ao sentir separar-se, cordão umbilical

Por ser dia vinte e quatro, véspera de Natal

Recebe então por nome, o de Natanael.

Mãe e pai solteiros, ainda adolescentes

Por isso está ali, na sala de indigentes

Pequeno Natanael, que acaba de nascer

Brilho de luzes lá fora, aqui dentro tá escuro

Que dirá a sorte, qual será o futuro

Da pobre infeliz criança, se conseguir crescer?

Será menino de rua, ou será um doutor?

Que lhe reserva a sorte, responda meu Senhor

Se hoje é Natal, diga então papai Noel!

Neste leito do SUS, feito de dor e pobreza

Enquanto tantos outros se esbanjam na riqueza

Que reservará o futuro, para Natanael?

Assim como Natanael, milhares também existem

Em leitos pobres sofrem, mas mesmo assim resistem

Morando em ruas, favelas, viadutos – realidade brutal

Não resta outra esperança, a não ser olhar pro céu

E indagar da mesma forma, como faz Natanael

Quando será que também teremos um Feliz Natal?

Ignácio Santos

ignacio santos
Enviado por ignacio santos em 23/12/2016
Código do texto: T5861160
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