O Faminto
A fome me come
Agora devora e consome
Mastiga minha tripa
Me digere, me fere
Engole e me cospe
Vomita!
O estômago grita
Um fenômeno gástrico
Uma saída drástica
No intestino o destino
Infinitos e curvilíneos túneis
Vazios...
Maldita fome!
Caindo, caindo, caindo
Poço reto, escuro
Despenca na vala
Apenas costela e artérias
Morre nas calçadas velhas
Fome, retrato da miséria...