ESTÉRIL
Dono de tesouros, arcas cheias de ouro,
Mas à noite gritos de desespero,
Nada preenchia sua solidão,
Estava perdido no caminho que desenhou.
Comprava o mundo enquanto perdia a paz,
Nada cabia em seu coração apodrecido,
E o bicho não morria nas dores de sua lembrança,
O tempo escorria feito enxurrada.
O vazio inflava, era o peso do nada,
Quantos passos ainda restavam até o sepulcro?
Em um jardim de flores cinza,
Onde o sol sem aquecer queimava.
Ele matou todos os seus demônios,
Mas ainda era o mesmo em frente ao espelho,
E com fichas ilimitadas jogava um jogo estéril,
Onde a sorte não coroava o amor.