MULTIDÕES
(Ps/354)
A fronte mal se ergue para o monte.
A sombra é quieta e lenta,
Porém em hora de tanta canseira
Se desfaz como vulto.
Pensamentos em intentos,
Passos de encontro ao vento.
Assombradas as esperanças sem alento,
Pouco a pouco desfalecem ao final da hora,
Tudo e nada sem demora.
A dor anda larga e o ser respira
Com peito aberto, feito deserto.
Que existência é essa de fraqueza que
Oculta beleza em entranhas densas,
Nas jornadas extensas?
Terras estranhas, monte longínquo!
Olhem todos os olhos e vislumbrem!
Jorra a dor pelos pés sangrentos, no penhasco.
Haverá um novo dia, um novo céu por certo,
Conduzindo à pousada mesmo sem estrelas
no declínio das forças?
A noite principia e eis a planície,
a vida instantânea; não há mais escarpas,
Há fragmentos de pálidos semblantes!
(Ps/354)
A fronte mal se ergue para o monte.
A sombra é quieta e lenta,
Porém em hora de tanta canseira
Se desfaz como vulto.
Pensamentos em intentos,
Passos de encontro ao vento.
Assombradas as esperanças sem alento,
Pouco a pouco desfalecem ao final da hora,
Tudo e nada sem demora.
A dor anda larga e o ser respira
Com peito aberto, feito deserto.
Que existência é essa de fraqueza que
Oculta beleza em entranhas densas,
Nas jornadas extensas?
Terras estranhas, monte longínquo!
Olhem todos os olhos e vislumbrem!
Jorra a dor pelos pés sangrentos, no penhasco.
Haverá um novo dia, um novo céu por certo,
Conduzindo à pousada mesmo sem estrelas
no declínio das forças?
A noite principia e eis a planície,
a vida instantânea; não há mais escarpas,
Há fragmentos de pálidos semblantes!