Outono
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Outubro
O tempo faz
caírem as folhas.
A vida nos impõe
que façamos escolhas...
E tudo finda, silencioso,
ao estourarem as bolhas
do imponderável tempo.
O dia traz,
do arrebol, a luz nas vidraças.
A infância nos torna
felizes, brincando nas praças.
E tudo finda, estrondoso,
ao desabrocharem as farsas
do inquestionável amor.
Livre tenho o tempo,
templo do agora.
Tempo abençoado
que a preguiça
me fez jogar fora...
E tudo se desfaz, ou aflora,
ao sabor da abominável morte.
Quero o meu tempo de criança.
Viver de ternuras,
sem perder a esperança,
de que a vida é, deveras,
um sinal.
Quero cultivar a perseverança,
gargalhar dos piores vexames...
E adormecer,
sem o desespero da insônia,
feliz!
Nijair Araújo Pinto
Iguatu-CE, 19 de dezembro de 2016.
01h34min
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