ABORTO

O corpo, nú

Numa maca, fria

Lagrimas quentes,

Da face escorria.

Um aborto, proibido

Pela lei do homem

O descaso no corpo

O filho novo,

Que morria...

Mais lagrimas desciam

Agora da alma,

Por ver a face desfigurada

Que de seu corpo saia.

Meu filho!, ela gritava

Enfermeiros, sogra e médico,

do lado estavam,

mas ninguém fazia nada

E agora? Pobre coitada?

O bebê nascera morto,

E isso Severina esperava.

Mais por que não abortar antes

Se os médicos já diziam?

Por que os engravatados do judiciário

Eram quem decidia

Se o filho de Severina,

que já se formara morto

Vivia ou morria.

Maria Melo
Enviado por Maria Melo em 15/12/2016
Reeditado em 17/11/2017
Código do texto: T5854201
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.