ÚLTIMO SACRIFÍCIO

Supondo que o amor seja uma casa onde todos podem estar,

te peço, volte, você sabe e todos nós também, aqui é o seu lugar,

esse desejo de destruir o planeta e cada coisa que ele contém

não serve para nenhum de nós e não te fará nenhum bem,

a ruína será a palavra primeira no seu vão dicionário,

a segunda será a perda que te será o próprio calvário...

Que tipo de homem você se tornou já que sendo da mesma raça

percebe-se que esfarela a poesia da sua alma e a paz caça

como fosse um predador que faz valer o poder de sua arma,

atira para todos os lados e depois vem dizer que é o carma

que te persegue como os nazistas aos judeus abandonados,

por isso tem que exterminar o amor por ser ele o pecado?

Olhe para o espaço pela luneta de quem já passou por aqui,

vejas as galáxias distantes e o universo que está a se expandir,

saiba que está sobre um grão celeste que viaja na velocidade da luz:

então por que fica excitado quando vê o homem carregando sua cruz,

tem essa vontade de despedaçar tudo ao redor, tornar tudo areia,

envenenar o mar, sacrificar os golfinhos, dizimar com as baleias?

O que será preciso que seja feito para que volte a refletir o amor,

que veja no espelho a mesma face que possui o mágico criador,

acordar de manha e pensar em apascentar ovelhas e lobos,

descubra, finalmente, que viver não é só mais um videoguêimico jogo,

que um dia, o sol de todas as cores e luzes nos devolverá ao início,

ao começo do começo, ao meio sem extremos, último sacrifício?