Vidas nas mãos

LUIZ AUGUSTO DA COSTA

A noite cai

De casa ele sai,

Beija a mulher, abençoa as crianças

E vai.

Chega ao portão,

O coração quer ficar,

Mas ele tem que ir,

Tem escala a cumprir e não pode faltar.

O leão das estradas,

Vai com Deus sem temor,

Na chuva ou serração vai dando seu show

Com carinho e amor.

E a trilha sonora é o ronco do motor,

O volante é o troféu, desses artistas

Que não tem valor.

Na caixa faz a mudança,

Cercado de gente ele sempre está só,

No peito tem a esperança,

Do futuro ser muito melhor.

Na rodoviária, quando a viagem termina

E o salão se acende, a missão tá cumprida

Um homem sozinho cumpriu sua sina

De ter sobre os ombros o peso de transportar

Em segurança dezenas de vidas.