MAR DA SOLIDÃO

Sou o mar

Maresia ocular

Ressaca de amar

Teu amor de águas turvas.

Muda

O silêncio me desnuda

Em lágrima

Em chuva

Tudo em redor de ti

Destrói numa derrapante curva

Que será de mim que sou navegante em busca de ajuda?

Sou o mar rebentando nas rochas

Apagando tochas

Banhando pernas, galochas...

Sou o mar...

Abra os braços

Vem navegar

Em minhas águas claras

Segreda teus caprichos em minhas ondas

Se molha

Se lava

Vem e me salva

Deste rebento que sai do meu olhar...

Maré cheia

Meu corpo boia

Em tuas profundezas nuas

Mas

Se não me procuras

Se ignoras meu coração

Confesso, posso naufragar

Numa única gota de solidão.

Virgínia Moreno
Enviado por Virgínia Moreno em 06/12/2016
Código do texto: T5845750
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