O DESPERTAR ESPIRITUAL
Durante as noites de assombrosa solidão
Sinto uma doce e sussurrante ventania
A sussurrar doces mistérios
Que adentram na minha alma
Cuja sonoridade é capaz
De gerar fascínio e melancolia,
Uma sonoridade que propaga
Uma atmosfera envolta
Pelas densas brumas das incógnitas.
O mundo é um mistério
Povoado de ilusões
E absolutos com máscaras de verdade;
Mas tão logo pude despertar
Para a minha realidade íntima,
Fui imediata e bruscamente
Tomado pelas armadilhas do nada!
Nesse vazio súbito,
Senti uma inexorável solidão
Que me deixou suspenso em sua vastidão;
E, assim, fiquei desamparado nas aflições.
Porém, ao mesmo tempo, fique forte
Para viver milagrosamente
Na proximidade de um novo despertar...
No ritmo da vida,
Em dinâmica e fluida sinfonia,
Consumi meus breves instantes
Na brasa de uma inquietação permanente
Que incendiou no âmago do meu ser...
Ao mesmo tempo sorri e lamentei
Exaustivamente pela fatalidade
Que amargamente saboreei num clarear
Horrendo de um dia quase sem esperanças.
Apesar desse abismo
Dilatado aos meus olhos, lutei;
Uma luta em prol de possibilidades
Que me trouxessem
Um oásis confortável e aconchegante
Em meio ao deserto inóspito da vida.
São possibilidades que sem demora
Foram possíveis de serem vislumbradas num belo dia,
Num dia convidativo à serenidade...
Pois a cada dia que passa
Busco um consolo para minha alma:
Ávida de enigmática revelação
Sobre o sentido de ser e de viver!
E o consolo se torna real e sincero
Quando há o despertar de uma força sincera,
Uma força que me impele a um fervor incomensurável
Que resplandecer os recintos
Mais profundos e escuros do meu ser,
Contribuindo para um renovo espiritual...
Ao ser dotado de uma luz interior,
Mantenho-me sempre na certeza íntima
Das boas novas, dos sinais e de tantos milagres
Em meio a um mundo em trágica caotização.