EM NÓS MESMOS
Estamos em nós mesmos, mas não conseguimos nos aprender,
É que duas partes de um “eu” conflitam, o racionar e o desejar,
No fim só queremos que tudo acabe bem,
Que as escolhas consigam se reinventar nos contratempos,
Mas, melhor que isso, sentir que escolheu o certo para não lamentar o que se abriu a mão.
Estamos em nós mesmos, nossa tormenta e nossa paz,
Onde a solidão se faz necessária e o lobo aprende a viver,
E os loucos se entregam em suas loucuras,
Onde a guerra se faz em procura da paz,
E a pele caça outro calor.
Estamos em nós mesmos, criamos essa casa de aparências,
Para defender o menino dos dias maus com um sorriso forçado,
Onde os olhos suplicam por um pouco mais de compaixão,
E o coração que um dia se envenenou por um sonho,
Luta com medo para se revelar como um sol ao amanhecer.
Estamos em nós mesmos, tentando lidar com a solidão,
Conduzindo os passos a tentar mais uma vez,
É que as fechas que às vezes lançamos são sopradas com o vento,
E voltam em nossa direção, cortando a pela como uma faca desliza sobre a manteiga,
E é à noite onde o pranto seca e faltam palavras, que a mente suplica em oração.
Estamos em nós mesmos, desejando encontrar o abraço que parece um escudo deste mal,
O sorriso que faz esquecer as dores líquidas,
Onde o carinho entende sem julgar,
E o olhar de um seja portão aberto e o outro não hesite em entrar,
Estamos em nós mesmos, esperando por um mergulho profundo onde a alma se compartilha.