QUEM SOMOS?
Somos sonhos de quimera.
A ilusão das nossas crenças,
De tudo, as parecenças
Que parece, mas não era.
Fracassáveis pensadores.
Somos fama sem o mito,
O trágico do esquisito,
Incansáveis perdedores.
Um ponto na pequenez.
Bola da vez que renega,
A visão que se faz cega
Ao ver feio o que se fez.
Quase somos imortais.
Nós pensamos sempre assim,
Mas negamos ver o fim
Quando a vida não quer mais.
Somos, enfim, a passagem
De um ponto incerto, indeciso,
Que ao receber o aviso
Só pensa em sua bagagem.