A destruição da razão.
Não penso quando escrevo.
Quando penso não consigo escrever.
Quando escrevo não tenho linguagem.
Não sei representar.
Muito menos interpretar.
O mundo é o desejo da vontade.
Não aprendi ter desejo.
O mundo é o destino maluco.
Que não pode ser encontrado.
Por ser o delírio em feitiço.
Imagino o que não pode ser.
A imaginação esquecida.
Não sou o que sou.
Porque não é possível ser.
A não ser o nada.
O que é o mundo somente a alienação.
Sou simples, por não ser o que sou.
Com efeito, sou a complexidade.
Desse modo, sou a negação da razão.
Motivo pelo qual não tenho motivação.
O que é o não ser.
Sou esse ser não sendo.
O sonho que tenho talvez a iluminação.
O que é o mundo, a negação da vontade.
Sou o sonho negado.
Perdido.
Derretido ao meio do domínio.
Sendo desse modo, a ideia corroída.
Além da possibilidade esquecida.
Um tempo distante, praticamente destituído.
Da dialética simplista.
Edjar Dias de Vasconcelos.