E você, o que vê?
Há um mundo inteiro lá fora.
Só enxergo uma sala, poucas carteiras e um verde deslumbrante.
Pés se agitam ansiosamente esperando a hora passar e sua vez chegar.
Um mundo inteiro há lá fora.
Sala ou consciência? Já não sei mais dizer.
Em pensamentos me perco e só enxergo o que não se vê.
Lá fora há um mundo inteiro.
Distração já não é mais importante.
Pela porta imagens borradas passam e barulhos fazem.
Aqui dentro há um turbilhão de sentimentos.
Agitando-se sem paciência.
Ignorando muitas das existências.
Dentro aqui há de sentimentos um turbilhão.
Preciso esclarecer ou já compreendes o que escreve minha mão?
Já estou cansada de em mim habitar.
Um turbilhão há aqui de sentimentos.
Não anotei a estação.
Viajava de carro e não de avião.
Mas notei que haviam flores no chão.
Formavam um caminho e me levavam longe de tudo.
Caminhei e nem percebi que de lugar algum eu saí.
Haviam flores mas que no chão notei.
O mundo lá fora havia sido esquecido.
Tampouco me lembrava do inconsciente.
Flores que haviam no chão mas notei.
Em um outro momento já vivia.
E insistiu em descrever por causa da ousadia.
As horas passam sem fazer o menor sentido.
Um olhar que prendia a atenção a congelava.
As cores calmas que via já não mais existia.
Passam as horas sem o menor sentido fazer.
Percebe que já não mais sabes do que sabia?
Deixa para trás sem perceber o que já se cansou de dizer.
Fazer as horas sem o menor sentido passam.
Intriga-se e indaga-se a cabeça que não cessa de pensar.
Para que analisar?