O Perfeito Observador

Que belo dom esse

E que terrível maldição

De ser facilmente lembrado

E tranquilamente esquecido

Conseguir lembrar das pessoas, dos rostos

Elas olham nos meus olhos

E não fazem ideia de quem sou

Nos lugares apropriados e quando convém favores

Ai sim sou lembrado e recebido com sorrisos

Nesse meio tempo enxergo e olho

Sorrisos entre facas, carinhos entre traições

Elogios entre venenos, agradecimentos entre maldições

Vejo tantas carapuças servirem e tropeções nas próprias línguas

Que começo a achar que eu tenho valores 'rígidos' demais

E aproveito dessa camuflagem social

Entre pertencer a todos os grupos, mas no fundo não fazer parte de nenhum

Mudo o cabelo, roupa despojada ou social, barba aparada ou desgrenhada

Vendo pessoas desmonorarem na própria moral

Mas quem sou eu para julgar?

Já que não conheço a história delas ou a pessoa e sua vida

Como disse, com meio sorriso no rosto

Apenas...observo

Edu Campagnolo
Enviado por Edu Campagnolo em 29/11/2016
Reeditado em 06/12/2016
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