O Perfeito Observador
Que belo dom esse
E que terrível maldição
De ser facilmente lembrado
E tranquilamente esquecido
Conseguir lembrar das pessoas, dos rostos
Elas olham nos meus olhos
E não fazem ideia de quem sou
Nos lugares apropriados e quando convém favores
Ai sim sou lembrado e recebido com sorrisos
Nesse meio tempo enxergo e olho
Sorrisos entre facas, carinhos entre traições
Elogios entre venenos, agradecimentos entre maldições
Vejo tantas carapuças servirem e tropeções nas próprias línguas
Que começo a achar que eu tenho valores 'rígidos' demais
E aproveito dessa camuflagem social
Entre pertencer a todos os grupos, mas no fundo não fazer parte de nenhum
Mudo o cabelo, roupa despojada ou social, barba aparada ou desgrenhada
Vendo pessoas desmonorarem na própria moral
Mas quem sou eu para julgar?
Já que não conheço a história delas ou a pessoa e sua vida
Como disse, com meio sorriso no rosto
Apenas...observo