RESTOU MEU NORDESTE ( POESIA PREMIADA - BIBLIOTECA MUNICIPAL DE MOGI GUAÇU, quinto lugar).

Tinha um pouco de farofa,

carne seca, feijão e arroz

e o carinho da "muié!"

Um monte de filharada,

eram gritos e algazarra,

no casebre: três por dois.

Céu aberto e estrelado,

da privada a gente via,

lá do fundo do quintal.

O meu lar eu sustentava

com o pouco que ganhava

sem presentes no Natal!

Foram chuvas de janeiro,

destruindo por inteiro:

filhos, o casebre e a "muié"

Vai ser duro sem Joana,

sem casebre e sem Luana

sem o Jô e sem o Zé.

Hoje voltei pro trabalho,

restaram quatro pirralho,

quatro bocas pra alimentar!

Lá se foi o meu barraco,

estou triste e muito fraco,

deixo o vento me levar

talvez, me leve ao Nordeste

e lá encontre o que preste,

acabando com este sofrer

e de novo eu volte a viver...

(obs. esta poesia completa o numero cem, fico muito feliz

em angariar tantos amigos e tantos leitores, um abração

bem apertado em todos os que me acompanham e leem

o que eu rabisco)

Domingo Lage
Enviado por Domingo Lage em 18/11/2016
Reeditado em 18/11/2016
Código do texto: T5827261
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