Sombra Errante

Sombra Errante

Minha alma se queda, inquieta,

nas brumas das noites sem luar,

vazia de emoções, de cor e de luz.

É como qualquer estátua erguida

em jardim esquecido, tomado pela floresta,

sombra errante no desfilar dos dias.

Na pedra cinzelada apenas escorre

o negrume das tormentas de ilusões

e, nos veios, gangrena a solidão.

Do olhar, as lágrimas petrificadas

são suspiros moribundos que fenecem

aos cantos e sussurros dos amantes.

Os lábios petrificados se emudecem,

saboreando o sal corrosivo e sedento,

nos murmúrios antecedentes de agonia.

Como te chamar na multidão hostil

caminhando no horizonte longíquo,

se és somente um espírito anónimo?

Como apelar às musas seus encantos

e aos poetas seus cantos e paixões.

Se tudo meu se esvai errante na sombra?

Que carinhos poderão da alma emanar,

que cruzem minha sombra ao teu caminho,

e floresçam amores? Erro da sombra...

Sombra errante de corpo vagabundo!

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 17/11/2016
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