Ô meu nobre escritor

O que são histórias para você?

Histórias são um complemento à realidade. Eu moldo as histórias e elas moldam as pessoas.

Me perguntaram certa vez. Se a vida é mais que uma história? Se vale a pena viver uma história?

Isso meu nobre leitor não vem ao caso, pois quem cria a história, meu caro leitor, são vocês. Se cada um de nós é o autor de vossa história, se está consciente de sua história, isso já valeu a pena.

Mas por que cria histórias?

Eu crio pois eu sou meus personagens e os personagens são eu.

Eu crio pois naquele mundo eu sou a água dos rios e o vento cortante.

Eu crio pois talvez este é o gosto de ser deus. O gosto de criar e ser aquilo criado.

E lhe confesso de uma vez, que o gosto é esplêndido.

Em meu mundo eu sou deus, eu sou rei, sou o plebeu e sou o zé ninguém.

Em meu mundo sou a garota que dorme em paz e o rei demônio que deseja guerra.

Em meu mundo eu complemento o mundo, onde tudo se torna claro e menos túrgido.

A vida é minha história e a história é minha vida.

Ô nobre leitor já percebestes? o quão nobre é o escritor, que se cancela de maneira expressa e busca em palavras seu refúgio a uma nova crônica? Ou que talvez use as palavras que projetassem sua dor e tristeza? Ou também use suas palavras que relembrem quem somos nós.

Agora meu nobre escritor, qual história lhe busca com mais afeição?

Pois você é a águia de rapina e a lamia sabida.

Pois nós somos o mundo encardido e o paraíso munido.

Dentre tantas palavras, não sofrestes perdas pelas palavras, mas sim pela essência delas, pois cada palavra traga rumos diferentes para cada um.

Onde estás a condolência? Onde estás a consistência? Por fim meu caro leitor, onde estás meu nobre escritor?

Que tanto se gaba de seus poemas nunca publicados, ou palavras jamais ouvidas.

Dan Ciel
Enviado por Dan Ciel em 17/11/2016
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