Patinho Feio

Patinho Feio

Passou o tempo e o espelho mentiu

Pra mim

Dizia que eu era feia desengosada

Meus penteados eram um tormento

Sem fim mamãe passava horas

Se alizava ele cacheava

Ou contrário era coisa assim

Minhas roupas nunca foram feitas pra mim

Pois boas jamais ficavam

Por mais que puxasse apertava

Tinha que cair

Não me encaixava de óculos

Chiquinha gel no cabelo

E aquelas meias no meio da canela

Que além de finas parecia não ter fim

Posso jurar era feia tão magrela

Que até o vento da carruagem de conto da ciderela quando eu lia

Em batia-me quase carregava-me com ela

Não conformava-me com tamanha

Falta de beleza

Por mim os sinos não dobravam

Nem cadeira puxava-se à mesa

Era o patinho feio sim jogada ao canto as vezes aos prantos

Onde ninguém rodeiava-me

Mas como num conto de fadas

Hoje do nada pra muito espanto

Surge uma nova princesa

Onde reina a beleza

De saltos e makes

Sensualiza a todos mesmo

Sentada à mesa

Onde hoje brigam a puxar-me

Ligeiro a cadeira

Onde muitos te servem

O amor sobre à mesa

Quem diria que um dia

O patinho feio não encaixava-se

Dela só riam pois bullyng ainda não existia ora falava-se era arrelia

que usava-se tirar onda outros mangavam

Hoje do nada lá vem ela

Parece uma princesa descendo

Uma escada não canso-me de olhar

Admirar não que ficou linda

Essa danada...

Com ela ontem não, mais hoje com ela todos casavam!

Ricardo do Lago Matos

Ricardo Matos
Enviado por Ricardo Matos em 14/11/2016
Reeditado em 15/03/2017
Código do texto: T5822834
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