Patinho Feio
Patinho Feio
Passou o tempo e o espelho mentiu
Pra mim
Dizia que eu era feia desengosada
Meus penteados eram um tormento
Sem fim mamãe passava horas
Se alizava ele cacheava
Ou contrário era coisa assim
Minhas roupas nunca foram feitas pra mim
Pois boas jamais ficavam
Por mais que puxasse apertava
Tinha que cair
Não me encaixava de óculos
Chiquinha gel no cabelo
E aquelas meias no meio da canela
Que além de finas parecia não ter fim
Posso jurar era feia tão magrela
Que até o vento da carruagem de conto da ciderela quando eu lia
Em batia-me quase carregava-me com ela
Não conformava-me com tamanha
Falta de beleza
Por mim os sinos não dobravam
Nem cadeira puxava-se à mesa
Era o patinho feio sim jogada ao canto as vezes aos prantos
Onde ninguém rodeiava-me
Mas como num conto de fadas
Hoje do nada pra muito espanto
Surge uma nova princesa
Onde reina a beleza
De saltos e makes
Sensualiza a todos mesmo
Sentada à mesa
Onde hoje brigam a puxar-me
Ligeiro a cadeira
Onde muitos te servem
O amor sobre à mesa
Quem diria que um dia
O patinho feio não encaixava-se
Dela só riam pois bullyng ainda não existia ora falava-se era arrelia
que usava-se tirar onda outros mangavam
Hoje do nada lá vem ela
Parece uma princesa descendo
Uma escada não canso-me de olhar
Admirar não que ficou linda
Essa danada...
Com ela ontem não, mais hoje com ela todos casavam!
Ricardo do Lago Matos