A tormenta
Sou a sombra
Sou a tormenta
A tempestade,
sou o dilúvio...
Sou o raio,
a ventania,
o trovão
Sou um coração!
Como a água
que deságua do céu,
das rochas, dos olhos
desaba um bálsamo de emoção
Sem ritmo,
sem lógica,
sem freio
sem explicação
Atinge as lacunas
Mais profundas
Da parte fecunda
Do meu coração
E, em um mundo,
Onde tudo é colorido
De cores foscas
Lívidas
Onde não há som
Nas vozes afonicas
Uma nuvem escura
Traz ritmo, brilho
À vidas vazias...
E eu...que já descrente
Gélida no presente
Com um passado obscuro
O futuro confuso
Me questiono...
Tem salvação
Um coração
Sem noção
Que se entrega a emoção
E só encontra decepção?