A eternidade de todas as coisas.

O mundo não foi feito por mim.

Isso é mais do que obvio.

Não é necessário tal essencialidade.

Tão pouco o mundo está preocupado com a minha pessoa.

Por mais importante que seja.

A minha existência não tem o mínimo sentido para o mundo.

Talvez nem para minha pessoa.

O meu ser como presença no mundo.

Possivelmente, seja tão somente ideologias.

O que sou, a repetição sintética dos conceitos.

Diversidades de sínteses complexas.

Motivos pelos quais a minha existência não é real.

Um ser apenas de abstração.

Com efeito, não existe um sentido específico de estar no mundo.

Estou mundo, porque tive que ser um ser.

Portanto, uma breve passagem, tão insignificante quanto o tempo.

A inexistência dele, o fundamento da minha existência.

Estar no mundo e não estar, a mesma coisa.

Tenho as vezes a sensação que não estou no mundo.

Que é o mundo que está em mim, dissimuladamente.

Razão pela qual sou as ideologias do mundo.

Diversas e sem motivações para serem.

A sensação de estar no mundo, é a mesma de não estar.

Não faço parte do mundo, mesmo o mundo estando em minha pessoa.

Sei que a qualquer momento devo deixá-lo.

Como se deixa uma ponta de trilho ao meio de uma floresta.

Quando isso acontecer é como se nunca tivesse existido.

Mas no instante em que estiver no mundo.

Serei a eternidade daquele momento.

Refiro do ponto de vista da cognição.

Da consciência refletida, da linguagem formulada.

A memória estruturada ao mundo das significações.

O desejo das interpretações.

Em referência ao aspecto físico sou a manifestação da micropartícula.

A somatória delas.

Na constituição do mundo.

Com efeito, a eterna transformação.

Mesmo que a matéria mimetiza e acabe.

Serei a continuidade dos indeléveis tempos.

Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 07/11/2016
Reeditado em 07/11/2016
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