A eternidade de todas as coisas.
O mundo não foi feito por mim.
Isso é mais do que obvio.
Não é necessário tal essencialidade.
Tão pouco o mundo está preocupado com a minha pessoa.
Por mais importante que seja.
A minha existência não tem o mínimo sentido para o mundo.
Talvez nem para minha pessoa.
O meu ser como presença no mundo.
Possivelmente, seja tão somente ideologias.
O que sou, a repetição sintética dos conceitos.
Diversidades de sínteses complexas.
Motivos pelos quais a minha existência não é real.
Um ser apenas de abstração.
Com efeito, não existe um sentido específico de estar no mundo.
Estou mundo, porque tive que ser um ser.
Portanto, uma breve passagem, tão insignificante quanto o tempo.
A inexistência dele, o fundamento da minha existência.
Estar no mundo e não estar, a mesma coisa.
Tenho as vezes a sensação que não estou no mundo.
Que é o mundo que está em mim, dissimuladamente.
Razão pela qual sou as ideologias do mundo.
Diversas e sem motivações para serem.
A sensação de estar no mundo, é a mesma de não estar.
Não faço parte do mundo, mesmo o mundo estando em minha pessoa.
Sei que a qualquer momento devo deixá-lo.
Como se deixa uma ponta de trilho ao meio de uma floresta.
Quando isso acontecer é como se nunca tivesse existido.
Mas no instante em que estiver no mundo.
Serei a eternidade daquele momento.
Refiro do ponto de vista da cognição.
Da consciência refletida, da linguagem formulada.
A memória estruturada ao mundo das significações.
O desejo das interpretações.
Em referência ao aspecto físico sou a manifestação da micropartícula.
A somatória delas.
Na constituição do mundo.
Com efeito, a eterna transformação.
Mesmo que a matéria mimetiza e acabe.
Serei a continuidade dos indeléveis tempos.
Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.