PEITO ABERTO
PEITO ABERTO
Quem caminha à direção da
Parede envelhecida e de suas
Entranhas expostas?
Passos apressados permeiam
Estremecidas calçadas donde
O vento levou alguma poeira.
Das nuvens a voz brandou:
Te aquieta peito, ouça o canto
Que canta o vento
Ouça orquestrais manhãs se
Despojando de noturnas aflições.
Clama teu gemido ao amigo, que
Fez ruir teu poço prisão, teu
Retrato desarmônico, seus dias de
Sangue sem lua, beba com ele sua
Dose de força, na estrada do infinito.
O peito não se sacia, não enquanto
Vestido com sacos de cinzas, a fome
Voraz por uma porção do mar, teu
Alimento será sempre uma alegria
Qualquer, vadia, diminuta tal qual
A dose diária de um porre.
Então, tempera com o sal das ondas
Sua vaga noção de vida, onde saudade
E vastidão, se fundem abertamente
No saber do nascer da alma, sem dizer
quem primeiro chegou, ou esta ou
O peito faminto?