PAREDES DE VIDRO
Nunca fui bom em acertar,
Em arriscar as poucas fichas em um jogo de azar,
Ou em blefar para evitar uma derrota,
Eu era aquele que entregava o jogo,
Pois os olhos sorriam quando acreditava que as cartas eram boas,
Sem saber que em sua mão havia um zape para me destruir.
Nunca fui bom em omitir,
É que os sentimentos transpareciam como a transpiração,
Eu me rendia a cada segundo,
Tentava me esconder atrás das paredes de vidro,
E toda vez que caía, a parede se quebrava,
E eu descalço, tentava prosseguir entre os cacos.
Definitivamente eu não era um jogador,
Minhas mãos estavam sobre a mesa, abertas,
De cara limpa e intenções claras,
E o vermelho que representava a paixão,
Era da cor do sangue que escorria pelo chão,
Sempre que o coração e as paredes de vidro se despedaçavam.