BURACO NEGRO

O buraco negro em meu peito

A busca incessante por explicações

Viver apenas nesse mundo não me basta

A angustia a se apoderar de mim

Vazios que vieram da infância desemparada

Ou de outras vidas talvez

Mas sigo na ânsia desesperada

Preenchendo espaços sem muito pensar

Minha alma não consigo acalmar

Meu corpo cansado pede por descanso

Porém não posso apenas parar

Sem na tristeza profunda mergulhar

Queria por alguns momentos me conformar

Com a existência simples me contentar

Um ser passando pela experiência terrena

Sem muito esperar

Algo em mim porém clama

Por grandes amores por fortes chamas

Exausta no entanto me encontro agora

De tranquilizar meu ser não vejo a hora

Buscando respostas em todas as partes

Quer seja na arte ou na solidão

Escalo montanhas, me jogo de pedras

Não encontro a paz, não encontro razão

Olho ao redor e também nada vejo

Apenas pessoas seguindo sem nunca pensar

Como crianças perdidas procurando caminho

No caos da existência sem nunca encontrar