Gerações
Meu bem ligue a tevê
Que a guerra acabou
E o vento levou
Agora é eu e você
A paz e o amor
Eu quero consumir
E não ser consumado
O filme Bonanza
Ficou no passado
Então João e Maria
Foram fazer gostoso
O mundo procriar
Tudo maravilhoso
Um grito de independência
Na busca de trabalhar
Não confiando em ninguém com mais
De trinta anos pra lhes contratar
Quando nasceram os filhos
Gerações X, Y e Z
Seus pais
Seus Baby Boomrs
Atualizados em tevê
Os dias de conflito
Então começaram
Cada qual com um desejo
Diferente da razão
Seus ideais de consumo
Seus sonhos de ilusão
Olhos nos celulares
Um em cada mão
Seus familiares
De televisão
Z bedeu desempregado
Não parava em nenhum
Não tinha medos
Muito impaciente
Cheio de querer
Queria para ontem
O que queria fazer
Sempre antenado
Apenas no dinheiro
De olho na tevê
Estudava sem prazer
Frio e calculista
Nem gostava de ler
Era individualista
Sem mostrar respeito
Mas queria crescer
Com o orgulho do peito
Ao seu bel prazer
Seu irmão Y zero
Também vê televisão
Mexendo ao celular
Ouvindo canção
Lê emails que chegam
E envia também
Com rapidez
Que nunca vi em ninguém
Sua irmã X é o xis da questão
Que gosta de blues
Rock and roll de paixão
É mais equilibrada
Centrada e estuda
Cair na estrada
Pra se estabilizar
Mas em casa ajuda
Nas despesas do lar
Eles lutaram contra forças dominantes
Mas lá na frente se juntaram ao poder
O grupo mais atuante
Que também vê tevê
Tem o liberal
Tem o conservador
Eles ainda lutam pela paz e o amor
A avó surgiu silenciosamente
Entrou na sala
Soltou um pum com ar de contente
Que a todos incomodou
E um silêncio boomer então se fez
Palavrões voaram sem tapas na cara
Por alguns minutos ninguém se fala
Mas a paz das gerações surgiu outra vez
Ela então deixou grudada na parede
Aquela meleca gusmenta e verde
Que tirou do nariz
Olhou para todos com ar indiferente
E foi saindo desconjuntadamente
E disse pra nós:
O ciclo é com vocês
Vocês agora
São a bola da vez
Mais cem anos e eu espero
Que tudo vá passar
Sem que uma geração M
Tome o lugar