A distância do tempo.

Nunca mais pude te ver, falar com você.

Contar a história do tempo.

Refletir sobre as flores do campo.

Das noites inteiras olhando o escuro do infinito.

Dizer dos segredos da cognição escondida.

Nunca mais, o tempo foi embora, ficou na memória o silêncio gravado.

A maldição do medo.

Interessante como tudo acaba, como se nada tivesse acontecido.

Nem mesmo o movimento se efetivou.

Entretanto, se o tempo voltasse o mimetismo do cérebro.

A imagem seria irreconhecível.

As palavras travariam a linguagem.

Se pudesse então refletir.

O indelével desejo.

Todavia, você não entenderia a alma da contemplação.

Entre os olhares o pensamento irrefutável.

Como se o futuro fosse tão somente o passado.

Indecifráveis os vossos dizeres.

O sorriso inexaurível preso às folhas do vento.

Soçobrado as curvas dos trilhos.

Equidistante da imaginação.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 27/10/2016
Reeditado em 27/10/2016
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