A distância do tempo.
Nunca mais pude te ver, falar com você.
Contar a história do tempo.
Refletir sobre as flores do campo.
Das noites inteiras olhando o escuro do infinito.
Dizer dos segredos da cognição escondida.
Nunca mais, o tempo foi embora, ficou na memória o silêncio gravado.
A maldição do medo.
Interessante como tudo acaba, como se nada tivesse acontecido.
Nem mesmo o movimento se efetivou.
Entretanto, se o tempo voltasse o mimetismo do cérebro.
A imagem seria irreconhecível.
As palavras travariam a linguagem.
Se pudesse então refletir.
O indelével desejo.
Todavia, você não entenderia a alma da contemplação.
Entre os olhares o pensamento irrefutável.
Como se o futuro fosse tão somente o passado.
Indecifráveis os vossos dizeres.
O sorriso inexaurível preso às folhas do vento.
Soçobrado as curvas dos trilhos.
Equidistante da imaginação.
Edjar Dias de Vasconcelos.