A Inocência partiu.

Pura, doce, suave e bela

Era ela, a Inocência.

Podia sentir a tua ternura

e enxergar sua alma singela.

Mostrava-me a vida como ela é

porém, de uma forma mais sutil

fazia-me em todas as pessoas eu ter fé

e achar que todo mundo era gentil.

É, era Inocência quem me ensinava

que a vida era linda e rara

como uma pedra de anil.

Só que a vida lhe deu um arrastão.

Inocência pouco tempo viveu

Por ser tão superior aos outros

sem demora desfaleceu.

Choquei-me quando vi a cena sombria

Deitada, estava ela no chão

O sangue escorria em sua linda face,

tinham acertado seu coração.

Desnorteada, eu fiquei.

Tentei orar e não consegui.

Disseram: -menina, não tem mais jeito.

E, após tudo isso, eu prossegui.

Prossegui de um jeito diferente,

Inverso.

De um jeito meio arredio,

Confesso.

Assim foi depois que ela partiu.

Após tua ausência, tudo mudou.

Eu já não sou mais quem era antes

no peito, apenas encontro a dor

e essa saudade inebriante.

Hoje em dia, apenas quero resposta.

Meu âmago com indulgência implora:

Por que mataram minha inocência?