A tristeza de Eduardo Cunha.
E agora cunha.
O que você fez.
Eu não quero entrar no mérito do que é certo ou errado.
Até por que no Brasil.
Tudo é errado.
Entretanto, eu acompanhava os vossos passos e percebia.
Que você estava sendo utilizado.
Quando sua imagem era de um herói.
Usado até quando eleito para ser o que foi.
Agora Cunha.
Possivelmente vai perder a velhice.
Não terá mais o gozo da liberdade.
Comprou picanha, preparou o bife.
E não vai tomar sequer o vinho.
O que seus amigos fizeram com você.
Hoje riem da vossa ingenuidade.
Comportaram como os macacos fazem com os gatos.
Usaram de suas mãos para tirar a castanha do forno.
Sem solidariedade com a dor das vossas mãos que foram queimadas.
Cunha como você entrou nessa.
Nunca leu Maquiavel.
Não existe príncipe fora do poder.
O ser humano não é bom.
A mais absoluta ausência de generosidade.
Muitos deles não querem o seu What.
Hoje.
Os vossos privilégios pertencem a outros.
Entretanto, a sua pessoa nunca foi traída.
Pois os referidos não são seus amigos.
Sabe o que significa com sua idade.
Pegar a cadeia que vai pegar.
Nunca mais sentará no sofá de sua casa.
Ligar a televisão e ver uma partida de futebol.
Sabe qual o desejo que muitos dos amigos têm a vosso respeito.
O desejo que você tivesse uma parada cardíaca.
Antes da delação premiada.
Todavia, isso não vai acontecer.
Cunha, os verdadeiros inimigos são os amigos.
Pois você nunca sabe como agirá um amigo.
Os inimigos são previsíveis.
Você escolheu o seu caminho.
Não poderá mais frequentar um templo.
Terá como companheiro, as paredes de um quarto.
Mas os que usaram da vossa pessoa terão jatinhos à disposição.
Pobre Cunha, a vida recolhida nas prisões brasileiras.
É a antecipação da morte.
As pessoas usaram de você e conseguiram seus objetivos.
Você hoje um prisioneiro sem perspectiva.
Talvez a única saída que você tem.
Revelar os grandes segredos que você sabe.
Voltar para sua casa no final de sua velhice.
Veja qual o tamanho de um homem que perde a liberdade.
Cunha, Cunha, o que você fez,
Confiou muito em seus amigos.
O preço o mais absoluto abandono.
Edjar Dias de Vasconcelos.