A ETERNIDADE

Um olhar sincero, um sorriso desprendido de cobranças,

Uma carícia por querer acariciar, sem motivos, livre de explicações, que às vezes queremos explicar,

Coração vibrante, cativado pelos encontros que se encaixam, ou parecem se encaixar,

É como inevitavelmente o sol põe fim à noite,

E as estrelas brindam o fim do dia.

Se o mundo é a eternidade, o que está nele pode ter um fim,

Poeticamente, o fim nada mais é que uma transformação, um novo início,

E o medo dos mistérios abraçam a mente daqueles que temem perder seus vínculos,

Somos como uma flor no primeiro dia de primavera,

Que se vencer, durará plena por uma semana, mas que poderá ser interrompida pelos acasos.

Elegemos a cor mais bonita, a música que se torna um hino da vida,

E o sorriso que por apenas sorrir é capaz de subtrair nosso ar,

Temos uma melodia que queremos cantar para a pessoa que nos faz transpirar,

Porque sua letra parece conseguir dizer aquilo que não conseguimos,

Ou que por falta de coragem relutamos a falar.

De nossos sonhos da eternidade perfeita, nem sempre o que nos cativa será cativado,

E por quantas vezes o que cativamos não nos cativou...

Parece que estamos em uma estrada, e o que nos chamou atenção estava na contramão,

O limite entre o céu e a terra guarda os conflitos entre ser e estar,

E aqui estamos, tentando fazer das coisas passageiras a eternidade, nosso lugar seguro para se morar.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 19/10/2016
Código do texto: T5796695
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