TANTO FAZ
Se eu não souber mais nada
Ou se eu não descobrir
Permanecerei sonhando
Em meio aos tantos desenganos
Tanto faz se eu olho... E nada vejo.
Eu olho através da vidraça
Que embaça, que se quebra quando fecho
Através do espelho que reflete, e aborrece meu desejo
Eu olho... mas meus olhos acostumados na não ver,
Não veem nada além das aparências.
A essência não se vê com os olhos, mas com o coração?!!
Tanto faz se nada é como outrora.
Pelo sim, pelo não... Esqueço a triste e cruel rotina
E pinço em minhas retinas estrelas ilusórias
Com o brilho fátuo de uma louca quimera...
Espero que não seja como uma vela
Cuja luz se derrete na cera...
Estabelecerei meu lugar seguro
No espaço mais vão no tempo e no vento
Nas ínfimas frações das longas horas
Onde o esquecimento me ignora.
Debruçarei sobre cada um dos meus sonhos
Transbordarei nas minhas bordas
Porque nada mais resta além da estratosfera
Além dessa quimera que vaga na lembrança...
Tanto faz... Se é o fim ou o começo
A rosa dos ventos venta até a aurora
Quando indo embora na galopada
Deixam no ar um rastro de perfume
Personificando meu desejo antes de existir...
E eu sei, anjos não habitam em lugares infernais
Mas já faz tempo que te perdi do paraíso
E amarelados velhos sorrisos
Em confluências de saudade e de dor...
Mas quem se importa?
Tanto faz.. se os olham não enxergam mais
Tanto faz...
By Nina Costa, in 28/09/2016
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