O brilho contemplativo do silêncio.
Existem coisas belas.
Apesar da maldade do mundo político.
Da filosofia neoliberal.
Da riqueza concentrada.
Algo tão belo imperceptivelmente.
Como presenciar uma árvore nascendo e crescendo.
Com o tempo suas folhas caindo e fertilizando a terra.
Muito mais significativo que a ressurreição da alma.
A tristeza consiste em não poder ver.
O sol surgindo entre as montanhas.
O encantamento da noite.
As coisas simples que não sente a pequenez do coração.
Poder voltar um dia e retornar aquele lugar.
Quando a vida era amada intensamente.
Sentir o brilho dos olhos.
O infinito coberto de estrelas intermináveis.
Sóis e luas, planetas, mundos contínuos.
Olhar para as coisas pequenas e amadas.
Distantes hoje da imaginação.
Compreender as ausências, perguntar para onde elas foram.
Sonhar como uma criança buscando o afego dos pais.
Desejar entender o fundamento de todas as coisas.
Tão simples como o amor.
Refletir como o tempo devorou os sonhos.
Não obstante, prevaleceu a vontade.
Doravante, os raios de luz penetraram no infinito.
Então onde encontrar o silêncio de todos os desejos.
A caderneta onde estava escrito o preço do pão.
A linguagem de uma criança buscando o colo da mãe.
Descrevendo as coisas simples do tempo.
O passado, sonhando o futuro interpretativo.
Um imenso desejo, incomensurável.
Descritível na intuição.
Com vontade de encontrar as belas coisas.
Que o tempo levou.
Devoradas, pelo sonho.
A descrição do passado.
Os sinais da imaginação.
Simples como a dança dos raios solares.
Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.