O brilho contemplativo do silêncio.

Existem coisas belas.

Apesar da maldade do mundo político.

Da filosofia neoliberal.

Da riqueza concentrada.

Algo tão belo imperceptivelmente.

Como presenciar uma árvore nascendo e crescendo.

Com o tempo suas folhas caindo e fertilizando a terra.

Muito mais significativo que a ressurreição da alma.

A tristeza consiste em não poder ver.

O sol surgindo entre as montanhas.

O encantamento da noite.

As coisas simples que não sente a pequenez do coração.

Poder voltar um dia e retornar aquele lugar.

Quando a vida era amada intensamente.

Sentir o brilho dos olhos.

O infinito coberto de estrelas intermináveis.

Sóis e luas, planetas, mundos contínuos.

Olhar para as coisas pequenas e amadas.

Distantes hoje da imaginação.

Compreender as ausências, perguntar para onde elas foram.

Sonhar como uma criança buscando o afego dos pais.

Desejar entender o fundamento de todas as coisas.

Tão simples como o amor.

Refletir como o tempo devorou os sonhos.

Não obstante, prevaleceu a vontade.

Doravante, os raios de luz penetraram no infinito.

Então onde encontrar o silêncio de todos os desejos.

A caderneta onde estava escrito o preço do pão.

A linguagem de uma criança buscando o colo da mãe.

Descrevendo as coisas simples do tempo.

O passado, sonhando o futuro interpretativo.

Um imenso desejo, incomensurável.

Descritível na intuição.

Com vontade de encontrar as belas coisas.

Que o tempo levou.

Devoradas, pelo sonho.

A descrição do passado.

Os sinais da imaginação.

Simples como a dança dos raios solares.

Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 13/10/2016
Reeditado em 13/10/2016
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