POEMA ACESO

Algo conspira

nos labirintos da mesma coisa acesa:

a borboleta bateu as asas demais

ou foi o amor que dançou no palco do seu coração?

Algo

antes que me fira

voa e me atinge como faca sem plumas

sangro

como música de violoncelo

nas mãos da criatura que mal saiu do colégio...

Trago

o lírio que me destes na porta da livraria:

mal começou o poema

e a noite virou dia...