CASULO

Se puderes, se me aceitares

voltarei a construir minha casa

e erguerei os meus pilares

forjados em fogo e brasa.

Viajarei por outros mares,

voarei mesmo sem asa

e saberei quando me olhares

que a paixão é o que me abrasa.

Atroz, buscarei meu ego

no âmago dos objetos e das coisas

que a realidade trouxe à tona.

Verei o quanto era cego

tentando capturar a mariposa

que acasalava sob a lona.