MEU POEMA ALEIJADO
 
Meu poema aleijado, vaiado, negado
Segue devagar; o aplauso tão sonhado
Passou longe, qual um fado,
Sem o toque do vulgar.
 
Meu  poema aleijado, manco, coitado,
Caminha como pode – caindo de lado
Mas ergue-se sempre, e vai seguindo em frente
Vai por baixo do olhar.
 
Meu poema truncado, difícil, canastrão,
Tenta decolar do vazio sentido;
Mas as asas caídas, rasgadas, doentes,
Não deixam o vão.
 
Poema de nada, poema do não,
Morrerá como veio, entre o pó desse chão.



 
 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 08/10/2016
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