A colheita que não falha

De repente a dor palpita no peito,

sente um ressalto tomar-lhe à força.

Ali no canto, escondido espreito,

esperando que logo ele se contorça.

Do nada apareço na sua frente

e exclamo com o mais lindo sorriso:

“dê-me a mão, ó pobre vivente,

e venha comigo, sem inferno ou paraíso”

“Não vês que sou o fato mais natural,

sem ligações com deuses ou demônios?

Venha, aceite que não é nada pessoal”.

Assim são meus forçados matrimônios:

preciso levar alguns em desgraça

para que a beleza da vida renasça.