Dia de trocar ou de tosquiar
O branco é a cor do susto
O amarelo é da vergonha
O verde é do arrocho que a estrangula
Suas veias carregam um sangue já azulado
Respira com sofreguidão, atura e padece
Nas costas uma carga de insensíveis
Sugadores que a premem, oprimem
Parasitas escolhidos de tempos em tempos
E por tempos em tempos vão se perpetuando
Trocam-se os pares e os pares são os mesmos pares
...De sempre.
Ouvi dizer que a lã não pesa para o carneiro
Mas para a ovelha verde amarela
Que leva há anos a lã
Pesa o fardo e ela olha o seu algoz
Seus olhos pedem socorro
Justiça, paz, segurança, respeito
Educação, saúde para os seus,
Direitos que lhes são negados
Partilha dos bens desta terra
Nestes tempos de troca,
É preciso tosquiar a ovelha o mais rápido
Pois a lã também vai pesar pro carneiro
No dia que a ovelha faltar