Quando eu partir
Quando eu partir em duas a minha essência,
A parte mineral que fica,
Da intangível que parte para a inexistência;
Quando eu partir desta para uma melhor,
Separados estarão o que fui do que serei.
Ficará o que tenho de pior,
O que tenho de melhor pra onde irá não sei.
Quando eu partir para o incognoscível,
Quando chegar o meu fim,
O que é de todo plausível,
Por algum tempo serei lembrado,
Por algum passado, por algum legado,
Dirão coisas boas de mim.
Depois, o tempo que a tudo consome,
Irá tragar uma por uma as lembranças,
E nestas danças e contradanças
Esquecerão minha face, esquecerão meu nome.