AINDA SEREMOS MENINOS
Quando somos jovens sonhamos sem medo de arriscar,
É que possuímos um coração sem feridas,
Aberto aos ventos que sopram nos horizontes,
Onde cada história é uma dádiva a ser vivida.
Com o tempo a inocência de um olhar despreocupado se vai,
Dando lugar a um peito fadado de experiências,
As mágoas riscando o coração formam cicatrizes,
E um ser mais prudente se revela no espelho.
Mas feliz é aquele que não se recolhe nos medos e temores,
Que faz das lembranças das coisas que foram um mapa de caminhos mais seguros,
Levantando poeira em passos firmes,
E com leveza mantem os sonhos de quando menino.
Amadurecendo e se desprendendo dos pesos,
As prisões somos nós que criamos,
Nenhum pesadelo pode ser para sempre,
E cada porta fechada é um convite a recomeçar.
Nem toda flecha acerta o alvo, nem todo sonho floresce quando queremos,
Mas temos que ir uma vez, e se falhar, tentar outra vez, sempre um pouco mais,
Pois nenhuma mão calejada cala na decepção, todo coração encontrará sua primavera,
E no fim, ainda seremos meninos que sonham e sorriem, que viveram decepções, mas escreveram vitórias.
E entendemos que as nuvens cinzas compõem as paisagens em suas cores,
Que os encontros não foram em vão,
Que alguns nos retiram pedaços e outros curam,
Que a vida é um ciclo para quem está disposto a viver.