AINDA SEREMOS MENINOS

Quando somos jovens sonhamos sem medo de arriscar,

É que possuímos um coração sem feridas,

Aberto aos ventos que sopram nos horizontes,

Onde cada história é uma dádiva a ser vivida.

Com o tempo a inocência de um olhar despreocupado se vai,

Dando lugar a um peito fadado de experiências,

As mágoas riscando o coração formam cicatrizes,

E um ser mais prudente se revela no espelho.

Mas feliz é aquele que não se recolhe nos medos e temores,

Que faz das lembranças das coisas que foram um mapa de caminhos mais seguros,

Levantando poeira em passos firmes,

E com leveza mantem os sonhos de quando menino.

Amadurecendo e se desprendendo dos pesos,

As prisões somos nós que criamos,

Nenhum pesadelo pode ser para sempre,

E cada porta fechada é um convite a recomeçar.

Nem toda flecha acerta o alvo, nem todo sonho floresce quando queremos,

Mas temos que ir uma vez, e se falhar, tentar outra vez, sempre um pouco mais,

Pois nenhuma mão calejada cala na decepção, todo coração encontrará sua primavera,

E no fim, ainda seremos meninos que sonham e sorriem, que viveram decepções, mas escreveram vitórias.

E entendemos que as nuvens cinzas compõem as paisagens em suas cores,

Que os encontros não foram em vão,

Que alguns nos retiram pedaços e outros curam,

Que a vida é um ciclo para quem está disposto a viver.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 18/09/2016
Código do texto: T5765229
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.