Terra árida

Terra árida

Como posso viver aqui

Nesta terra árida

Seca ríspida que maltrata

Machuca quem à ama

Na dureza de sua própria existência

No abandono do acolher

Aquele que dela espera,

Apenas aceita um motivo

Pra um renovo, um alívio

Ou mesmo Só pra viver

Seguir na lida cuidando

das feridas

Na fraqueza da carne

Onde o sol arde com toda

sua força

açoita marca sobre pele sofrida

Dessa gente pobre humilde sem recurso

Nem mesmo de voz

Pra pedir socorro

Ao seu algoz que de longe

Sabe ver toda à dor daquele ser

Que pena roga misericórdia

À própria morte deseja

que venha

Forte que nada à detenha

E dele não se abstenha

Não teme a noite

À incerteza de pra onde ela

o levará

Pois todavia maior sofrimento que aqui

Meu povo nordestino

Padece desde menino

Quando nasce tendo à certeza

Que nas velhas tetas

Da madre talvez o nobre colosto

Não lhe falte nele

se apega por muito tempo

Por que na sua mesa

Com certeza o faltará

o sustento

Que à terra árida nem

por maldade

Nem por esquecimento

O fará faminto escravo das manobras deste tais bandidos enumerados

De boa prosa engravatados

Que aparecem de tempos em tempos com um sorriso

De quem tem mais do que precisam

Mais o pior são às promessas veladas

Constituídas e firmadas

Com base na boa vontade

Daqueles que deram de novo

À sua face pra novas bordoadas

Mesmo honestos teram sempre suas vidas lesadas

Triste sina desses nordestinos

Que semeiam em terras áridas

Suas Almas com à semente da esperança

E dessa terra jamais se cansa olha para o céu  e rezar

Pois sabe que numa próxima chuva

Renova às esperanças...

voltará pra eterna labuta.

Ricardo do Lago Matos

Ricardo Matos
Enviado por Ricardo Matos em 15/09/2016
Reeditado em 23/03/2017
Código do texto: T5762300
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