Venci a Morte

Uns morrem pela democracia

Outros morrem pela hegemonia

Uns pela filosofia

Como a filósofa Hipátia

Uns morrem na cirurgia

Outros morrem de alegria

Uns sofrem de mitomania

Outros de antipatia

Uns buscam a cachaçaria

Outros a homeopatia

E assim a humanidade caminha...

Morrem de saudade

Morrem de calor

Morrem de amor

Morrem sem ter dor

Quem não sabe morrer

Não serve para viver!

Quem vai entender?

Não é morrer de fome

Mas se tem fome não importa nome

Ajudem esse homem!

"Quando se morre é que se vive"

Desta morte se sobrevive!

Elimine...

Examine...

O seu próprio egoísmo!

Morra,

Corra

Desse antagonismo!

Uns morrem de overdose

Outros com neurose

Se toma um porre

Ainda assim não morre

Da chuva a gente corre...

Uns morrem de inveja

Outros, quando troveja

Uns tomam cerveja

E outro deseja

Assim, morre o dia

Nasce a nostalgia

Uns são lentos

Outros estão atentos

Uns despertos

Outros inquietos

Vivendo e aprendendo

Morrendo e crescendo

Uns morrem de momento a momento

Outros não têm tempo

Uns morrem de sono

Outros de abandono

Uns morrem de preocupados

Outros são culpados

Uns morrem sem perdão

Outros morrem do coração

Uns ficam revoltados

Outros veem os dois lados

Uns transcendem

Outros se arrependem

Uns se entregam a qualquer sorte

Insisto por ser forte

Sempre tem quem me conforte

Em cada oração consegui suporte

Quantas vezes eu senti

Que venci a morte!