As páginas da descrição.
Caminhei e pisei sobre o ar.
Sonhei sobre as páginas na imaginação.
As letras obscuras cheias de tinta.
Pensei que pudesse entender.
O soçobro dos olhares.
O tempo esquecido na discrição.
Na imensidão do infinito, tentando decifrar o significado do nada.
Os sonhos moveram as nuvens.
Aos auspícios sem tréguas.
Sobre as selas dos calcanhares.
O que seria então dos pesares.
O vento recordando o tempo.
Trocando os passos como destino.
Assombrando os grandes segredos indescritíveis.
O medo da fala irretorquível.
O que seria então a vontade premeditada.
O desmanche dos últimos sinais.
O amanhecer trêmulo predestinado.
Tudo estava substanciado, só tinha sido decifrado.
O vício indelével escondido, perdido na grande curva de um precipício.
Ao encontro da última madrugada.
O que será pensado à representação do medo.
Interpretado sobre os signos povoados pela memória.
Demolida entre os escombros.
Edjar Dias de Vasconcelos.