A Imaginação de um ideário.
Não existe caminho.
Nenhuma das proposições.
Muito menos a construção.
Não se trata de ser pessimista.
O que há mesmo é o afundamento.
A acepção uma ilusão.
Morfologicamente a incompreensão.
Não há dialética.
De tal modo a negação da inclusão.
O que prevalece mesmo a ideologização.
Sem alma.
Sem céu e sem deus.
O que será o eterno retorno.
O reinício permanente do nada.
A eternidade da ficção.
A anti-matéria como formulação.
O princípio da incausalidade.
Que mundo é esse.
Apenas a inexistência.
O real é o que não existe como fundamento.
Pergunto o que é a realidade.
O vácuo enquanto continuidade.
Sendo as diferenças resquícios improcedentes.
De onde viemos.
De nenhum ponto.
Então para onde vamos.
Com efeito, não existe lugar para ir.
O que é possível apenas o pensamento.
Estar aqui ou não estar.
A mesma essencialidade.
Qual a substancialidade.
Por que de fato não estamos.
Não há lugar para estar.
A realidade apenas a vontade de poder ser.
Ausência de circunstancialidade.
Com efeito, o ser que não poderá ser.
A ilusão da vontade de ser.
Tudo o que nunca foi e não será.
Quando ar acabar.
O tempo findar-se a hidrogenação.
Tudo será como o princípio da inexistência.
Como se nunca tivesse existido.
A verdadeira realidade.
Não é realidade.
A finalidade de tudo.
É que não existe caminho.
Apenas preceitos coercitivos.
A vida simplesmente exaure.
Nada além do desaparecimento.
O homem apenas seu interminável sumiço.
Como se a repetição não fosse.
Uma interminável tragédia.
Edjar Dias de Vasconcelos.