BLASFÊMIA

O homem cultua em si antiga blasfêmia:

O flagelo da consciência que tece a ignorância!

Há um certo receio de conhecer as coisas da vida…

Com isso, deixa-se envolver pelo desconhecimento

E se encobre no véu dos paladinos rubros da piedade

Temperados à mercê da compaixão atônita dos nobres.

Rasteja-se pelos caminhos pedregosos da omissão

Permitindo que as atrocidades sejam reflexos do meio…

Eleva-se à categoria dos coitados indigentes sociais

E sobrevive à míngua dos padrões passionais do óbulo.

Deserda de si o óbvio: cultura e abnegação ao trabalho

Tolerando que a mentira alimente a preguiça e a doença.

Foge aos compromissos em que a palavra seja a lição,

Pois é mais confortável viver às custas da indignidade

A solfejar a flauta que cria e recria e que alimenta a alma!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 07/09/2016
Código do texto: T5753772
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