Tempos iguais

Eu que não comia nada

Hoje como de tudo

Eu que não comprava nada

Hoje compro quase tudo

Também pudera

Eu

Naquela era

Nem tinha o que comer

Nem tinha o que se ver

Para poder comprar

Paquerando as vitrines com o olhar

Eu não tinha no que pensar

Muito menos o que contar

Tão pouco o que escrever

Quase nada a descobrir

Muito pouco pra acontecer

Também pudera

Naquela era

Nem tinha jornal

Nem tinha tv

Era quase zero

O que hoje quero

Pra meu e teu prazer

Mas parece que as modas retornam

Que não tem mais nada pra se inventar

Que os tempos são tão iguais

De tempos em tempos atrás

As notícias voam como os aviões

Nas bocas das pessoas

E as coisas boas

Ficam nas entrelinhas

Que nem o olhar de um gavião consegue perceber

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 04/09/2016
Reeditado em 04/09/2016
Código do texto: T5750367
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