ÁRIDO DE AMOR
Árido de amor, perdido em vapores que a terra não pode molhar,
Beijos de película cinematográfica, na tela imaginária dos desejos macarrónicos,
Jogos firmados no revés dos dados viciados a denunciar um perdedor,
Onde quem lança as cartas sobre a mesa é considerado lânguido.
Saliva mélica que na ausência afia-se feito espada terebrante,
E na noite dos desalentados, sou apenas um menino preterido,
Que se afoga nos desejos de um coração encarquilhado,
Tentando ausentar-se dos pensamentos abochornados.
Fuja minh’alma de todo sentimento lusco-fusco,
Que não floresce a cada amanhecer,
E não exala o eflúvio do querer aprofundar-se na mesma direção,
Para espantar os laivos de desapego, e em um abraço criar um mundo sem medos.