O Homem do Meio-Fio
Na rua o homem parou
Sentou-se no meio-fio
Debruçou-se nos joelhos
Abaixou a cabeça
E permaneceu ali
Por longos minutos
Sem horas de parar
Esquecido do tempo
Sem se movimentar
Olhares partiam de todo lado
Muito diziam, muito julgavam
Mas há certos momentos da vida
Que banalidades como essas
Perdem o mais ínfimo sentido
Ali nada mais estava
Que um homem cansado
De uma longa caminhada
Desde seus primeiros passos.